terça-feira, 31 de maio de 2011

Depois do PREC



Andava o Eanes em cima de carros armado em Bandarilheiro e, isto em plena luz da noite, se estreava um filme intenso, com cenas de sexo explícito (um bico, um ovo num sítio pouco recomendável e apertões no pescoço até à morte), filme japonês de Nagisa Oshima (só agora é que sei o realizador, pois com 17 anos não era coisa que importasse muito), visto nas Capelas, na ilha de S.Miguel, enquanto fazia o Serviço cívico, a coisa que inventaram para a malta não entrar muito cedo na Faculdade. A história é verídica: uma ex-prostituta envolve-se num amor obsessivo com o patrão que a tinha contratado para a sua casa. O filme tem qualidade e é sufocante. Na altura foi a primeira vez que vi cenas explícitas de sexo. Não liguei muito à história, mas as imagens cruas ficaram, como tambem a satisfação do pessoal que, embora não ligando à parte do dramalhão que se desenrolava aos nossos olhos, ficou extasiado com os almoços dos dois amantes!!!!!

A Romy



O filme, A Piscina de 1969, francês e portanto na nossa linguagem da altura (1972) pouco recomendável, mas mesmo com a censura tinha a belíssima Romy Schneider. Foi uma agradável surpresa. Com ritmo, uma história de um triângulo amoroso (ela, o Delon e o ex dela) um assassinato na piscina da casa de férias muito in, e cenas de sado implícitas mas que o lapis azul cortou. Em Carmona, no Cine Moreno.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Comédias italianas



Quando o lapís censorial foi de vela, começaram a aparecer umas comédias italianas que, para além de umas situações caricatas, apostavam em mulheres das boas e com tudo à mostra. Uma das populares actrizes era a Edwige Fenech que estrelou várias destas películas. Em A Mestra de 1975 e vista em 1977, naquelas sextas à noite nas Capelas (S.Miguel), num cinema com cadeiras de pau e uma tela esquinada, ela era uma professora privada a dar aulas a um tipo meio apalermoide, mas que, perante tais atibutos físicos, queria aulas mais práticas. Quem realizou o filme? E isso interessava? Que a matrona tinha um bom par de coisos, isso sim, e que agora já não havia censura, pois tá claro. Essa coisa de realizadores e filmes da minha vida só entra na 4 década de existência. Talvez depois de ler "Os filmes da minha vida" do grande Director da Cinemateca Nacional: J.B.C.

Um Spaghetti à maneira



O fenómeno Trinitá começou em 1972, com a chegada do 1º de dois filmes da dupla Terence Hill e Bud Spencer. Um western amalucado com gajos sujos a comer feijoadas em toda a fita, raparigas bonitas e socos e duelos apalermados. Uma comédia vista pela primeira vez em Carmona, no Club Recreativo do Uíge e com várias idas, pois o divertimento era assegurado. A cena inicial, o herói a ser levado deitado num estrado pelo cavalo, enquando dormia, foi antológica. Um Xerife pouco dado a leis, ele próprio fora dela, davam um ar de novidade a este filme. No fim todos os maus seriam presos ou mortos.

domingo, 29 de maio de 2011

Franco Franchi e Ciccio Ingrassia


Dois idiotas que faziam sátiras a filmes de grandes realizadores. O último que vi, ainda em Carmona e no Cine Moreno, foi Satiricosíssimo, sátira do filme de Fellini, este de 1970 e onde aparecia uma tal Edwige Fenetch, que depois aparecia em comédias picantes italianas. A maior parte dos filmes da dupla, assentava em parvoíces e esgares feitos por Ciccio Ingrassia e que, na altura , pareciam as coisas mais cómicas já vistas. A história era sempre a do filme original mas levada aos cumes da pilhéria.
Belos e gloriosos tempos!!!!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Logo após o 25 do quatro!!



Em plena bebedeira de costumes, iniciaram-se as projecções de filmes com os moçoilas com tudo ao léu. O primeiro filme que apareceu no Cine Moreno, em Carmona, foi Malícia de 1973 de Salvatore Samperi com uma belíssima Laura Antonelli. História simples: viúvo com 3 filhos arranja uma criada boa como o milho, e todos concorrem a disputa-la. No fim casa, não com o cavalo, mas com o mais velho deles todos. A novidade era não haver lapís de censura e, todos os bons atributos de Laura, mamas e zona discutida pelo Catroga em programas televisivos, eram vistos. Depois dele foram vários os filmes, principalmente italianos, que trouxeram mastronças boas com histórias brejeiras. Ainda não tinha chegado o Hardcore.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Afinal, e os grandes realizadores?



No meu tempo, não havia TV. Só a vi pela primeira vez, em 1975 nos Açores. Não tínhamos em Angola, e por isso nunca tive contacto com aqueles ciclos de cinema com os realizadores tipo Ford, Huston, Capra, Lubitsh etc. Portanto, a maior parte dos filmes que vi em terras de África eram westerns spaghetti, ou filmes de acção toca e foge do costume. Mesmo assim há meia dúzia de películas que se podem recordar.

Achei melhor que o 2001



Escaldado com a ficção científica do Kubrick, fui ver este O Homem que veio do Futuro (O Planeta dos Macacos) com Charlton Heston, realizado pelo F. Schaffner, no cinema Restauração em Luanda. Filme de 1968, passou em 70 e lembro-me da última imagem, quando o homem da fita descobre finalmente o planeta onde tinha se despenhado, agora nas mãos de macacos humanizados (no saber e na filha da putice). A versão nova de Tim Burton é melhor, mas a cena final é de antologia: o que resta da Estátua da Liberdade enterrada nas dunas da praia. Só muitos anos depois, com um filme de R.Scott voltamos à boa F.C.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um assombroso Anthony Quinn



Quando vi este filme de 1969, em 1972 no Club Recreativo do Uige em Carmona e com o meu pai, O Segredo de Santa Vittoria de Stanley Kramer, fique fascinado com o papel de Anthony Quinn, o bêbado de uma pequena cidade italiana, que após a queda de Mussolini, passa a presidente da Câmara, e tenta salvar a produção vinícola da cidade. Um papel que possívelmente, tirando Zorba, nunca mais teve. Um dos poucos filmes que o meu pai adorou.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Cóboiadas



Quando vi O Ouro de Mackenna com Gregory Peck e Omar Sharif, filme de 1969 de J.Lee Thompson, fiquei com o olho arregalado. Filme com paisagens magníficas e história habitual (maus e bons, ganham os bons e não há índios), terramotos e lapís azul da censura que corta a cena das mamas da índia a nadar numa lagoa. No Recreativo do Uíge, onde o filme passou, não se fez jus à panavision. Foi dos poucos westerns que, para além do Da terra nascem os homens de Willian Wyler, e o Comboio apitou 3 vezes do Fred Zinneman, agradaram e depois com a descoberta de Shane de Stevens e de alguns do Ford (que não metem índios à bruta). Eram coboiadas de se tirar o chapéu.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O que vem à memória!!



Ás vezes só nos lembramos de coisas boas, mas um filme que não percebemos patavina, fica encravado nos recantos do craneo. Vem isto a propósito de um filme de 1966, de Ingmar Bergman, Personna (A Máscara). Quando o vi, em 73 com 14 anos, foi uma extensa desilusão: filme a preto e branco, num cinema que era um pavilhão desportivo, com cadeiras desconfortáveis e gajos altos à nossa frente (Clube Recreativo de Uíge em Carmona), não podendo quase ler as legendas, filme esse incompreensível sobre uma actriz que emudece e uma enfermeira vai tentar que ela volte a falar. Parece que é o filme da vida de alguns. Voltei a ela agora em DVD. As primeiras imagens voltaram a trazer um laivo de perplexidade. Há filmes do caraças, sendo o caraças um gajo fatela!!!!

Matinés



Mas o que se via na altura, com assistência em polvorosa, eram os westerns spaghetti, com Giulliano Gemma ou Montgomery Wood, tipo Uma Pistola para Ringo, Sartana Chega e Mata e outos títulos, todos com histórias semelhantes (os maus a dar pancada no início do filme e o bom, o homem certeiro, a vingar todos os horrores e acabar enlaçado à garina). Quer no cinema Restauração em Luanda, quer no Cine Moreno em Carmona, estas matinés, sempre cheias de pessoal eram tardes bem passadas.



Um filme, uma seca na altura



1970. Dez anos às costas, 4ª classe feita, exames de admissão ao Ciclo preparatório dos liceus realizados, cinema Tivoli, Bairro da Samba em Luanda. Valsas, macacos e objecto rectangular negro (chama-se monólito) a aparecer várias vezes, viagem para Júpiter e HAL o supercomputador que falava e era chato como a potassa. Mais de 2 horas de filme, com efeitos especiais que na altura eram assombrosos. Filme de difícil interpretação e a sensação de ao sair não ter percebido patavina do mesmo. Só 30 anos depois com o DVD, se vê com a calma necessária.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Lembrei-me disto!!


Ao passar hoje pela FNAC, no escaparate estava uma edição do filme ULISSES com Kirk Douglas. Vi este peplum italiano de 1954, em Carmona (UIGE) tinha 13 anos e estava no 3º ano do Liceu, hoje 7º. O bilhete foi pago pelo professor de História, também Reitor do Liceu, por ter sido a melhor nota de um teste, e ter sabido o que era a Talassocracia Cretense. O filme narra as aventuras de ULISSES após o fim da Guerra de Troia e o seu regresso para Ítaca onde Penélope, a esposa, o aguarda. Anthony Quinn dava ar de sua graça. Belos tempos