quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Férias....



Coisas que a peris-Troika ainda não nos tirou!! Por isso lembrei-me da série Dois anos de férias, baseada no livro de Julio Verne. Passava nas tardes de sábado na RTP Açores. Foi isso que me fez ir (não ao pote) aos livros dele: Os filhos do Capitão Grant, a Ilha mesteriosa, 20.000 léguas submarinas (com um filme dos estúdios Disney, com um James Mason a fazer um papelaço na pele de Capitão Nemo), Miguel Strogoff (que deu outra série) etc. Estava em Dumas e voltei para Verne. A série não era grande coisa, mas fez com que muita gente daquela altura, descobrisse o escritor francês. Valeu por isso!!!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Filmes mudos......



Pois, nesse tempo significavam uma tremenda seca. O único que vi numa tela gigante de cinema, foi a Quimera do ouro , do Chaplin. Lembro-me da casa em perclitante equilíbrio no precipício, do jantar das botas e dos atacadores. Muitos anos depois, à boleia de Bérard da Costa, sentei-me no sofá a ver Aurora de Murnau, filme de 24. Provavelmente um dos melhores filmes que vi até hoje, ou mesmo, caso se use a linguagem da moda, o filme da vida. A história do pobre aldeão cuja cabeça é feita pela turista endinheirada, que tenta matar a mulher mas, num último momento, não o faz, com uma maravilhosa fotografia a preto e branco e, dizem os entendidos, pela primeira vez vemos a câmara a percorrer os passos das personagens e deixar o lugar estático que ocupava, fazem deste um dos filmes mais complexos quw se vê. Murnau, cujo Tabu também merece figuara nesta galeria, filma com tal sensibilidade que julgamos estar lá metidos e, por artes que não consigo ver, sermos a personagem que se debate perante o plano que ele próprio arquitectou. Brilhante. Sete estrelas e picos!!!!!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Querem saber como funciona um banco??



Filme de Natal (não há um que escape, tal como o peru),Do cèu caiu uma estrela, filme de Capra de 46, retrata a vida pacata de Bedford Falls. Lá, um jovem bom, altruísta (geralmente coisas que abunda na sociedade de hoje) de nome Bailey tenta ajudar a vida dos seus vizinhos, mas um vilão sem maneiras faz o contrário. Vemos no início do filme, Bailey a tentar o suicídio, quando é ajudado pelo seu anjo da guarda Clarence, que lhe vai mostrar como a vida da pacada cidade, sem ele não seria agradável. Numa cena, após ter perdido o dinheiro do seu banco, Bailey explica o que são os activos e passivos do banco. A Economia no seu melhor. Como tudo acaba bem, o sininho toca e Clarence vai ter as sua asas.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ai os Gregos !!!!!!



Devido, talvez, às convulsões gregas, lembrei-me de Zorba o Grego, filme de Cacoyannis de 64. Ainda hoje consigo ver a cena final na praia, com a dança da Sirtaki, música de Theodorakis, de Anthony Quinn o camponês grego, e Alan Bates o escritor que volta para tomar conta da mina do pai. Uma bela composição de Quinn, a par dos que fez em O segredo da Santa Vittoria, no Viva Zapata e nesse western de Sturges O último comboio de Gun Hill. Filme bem construído, tinha também em Irene Papas, uma bela viúva que dava água pela barba aos habitantes locais de uma pequena aldeia em Creta. Oh, mas a dança final !!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Errol Flynn



Não era um actor do "cimo do monte", mas os filmes em que participou (quase todos) eram de acção, pancadaria e final feliz. A primeira vez que vi um filme com ele, num dedicado ciclo no Cineclube da RTP2 com o António-Pedro Vasconcelos a apresentar, foi em 80 e picos. Em quatro sábados vi o Capitão Blood, O Gavião dos Mares, Robin Hood e Todos morreram calçados. Quatro semanas de aventuras, com um introito explicativo do cineasta. Depois, já nos idos de 90 e tais fui procurar as fitas dele em DVD. Não tinha os apelativos de grande actor. Os filmes, contudo, dão para passar umas boas horas de boa disposição.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

listas e mais listas



Sempre que se faz listas para filmes do ano, da década ou de todos os tempos, em relação a esta última, aparece sempre e invariavelmente no topo, o filme de Orson Welles, O mundo a seus pés. Inovador, bradam uns, coisa dos diabos exclamam outos, enaltecido por Borges, sugerem uns poucos. Bem, a história de um cabrão magnata rico, burgesso dos sete costados, idiota chapado, não tem nada de inovador. O mundo está cheio deles!!! Que o filme tem um começo auspicioso - a morte do artista com a palavra entre dentes "Rosebud" e, em flashback, conta-se a história deste magnata da Imprensa, verdadeiro artista idiota com montes de massa - sim é verdade, mas que isso signifique que estamos perante um filme do camandro, isso já é outra história. Borges sublinha que, pela primeira vez, num filme põe-se em evidência o descalabro entre o que se faz e o que se sente e que as vivências boas da infância poderão ser a única coisa que resta, aos cabrões que, andando a estragar a vida a meio mundo para terem fortuna, se lembram delas nos momentos finais da vida (Rosebud, vemos no fim, é a palavra que está escrita no trenó de madeira que vai para a fogueira). O filme tem fibra, movimento e intriga. Faz uma caricatura quase universal deste tipo de pessoas, mas não parece ser o filme do topo do mundo. Sensibilidades!!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Os bons contra os maus



Este filme de 53 de George Stevens, só o vi em televisão depois de 75, embora tenha referências dele quando passou no cinema. A primeira cena, muito bucólica diga-se já, ficou-me na memória. O veado, o puto e a paisagem. Depois um Alan Ladd que destoa. A luta dos colonos contra uns rancheiros filhos daquela senhora, e um Jack Palance num papel que lhe assenta muito bem. Ganham os justos, tal com em sonhos, e o pistoleiro parte, já que era a sua sina!! É um filme de espaços, calmaria e tinha uma coisa pouco vista nos westerns: as balas só são seis e acabam, tem de se voltar a recarregar o colt. Nos spaghettis os gajos passam o tempo a disparar como se tivessem uma AK7 nas mãos. Bom filme.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Caçador de Pémios!!!



Depois de ler o Caçador de prémios, vestuta aventura de Lucky Luke, desenhado por Morris, lembrei-me do Lee van Cleef, que é caricaturado nesta aventura. Fez vários westerns spaghetti, género Sabata ou Sartana, já não me lembro, sempre com papéis de vilão, mas lembro-me da sua actuação no filme de Leone, O Bom, O Mau e o Vilão. Fez uma aparição no espectacular filme de Ford - O Homem que matou Liberty Valance, mas este só o vi em DVD. Já não pertence à galeria dos vivos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Passou ao lado.......



Quando o vi em Carmona, estávamos em 1975, foi uma das mais gratificantes experiências. Ficção ciêntífica do melhor. Um filme de Richard Fleisher, À beira do fim (Soylent Green), narra as peripécias de um detective (Charlton Heston) nas averiguações de um crime, no distante ano de 2022, numa N:Y: sobrepovoada e corrupta. Vivia-se uma catástrofe ecológica , e a solução revelada para a enfrentar é arrepiante. Revi o filme várias vezes e, juntamente com o de Ridley Scott, permanecem como expoentes máximos da F.C..

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Há filmes que depois.........



É isso, vamos ver em determinadas condições, e depois já não se consegue voltar a ver. Isso a propósito do filme Alta Ansiedade de Mel Brooks, filme de 1977, homenagem a Hitchcock. Gostei quando o vi, no já extinto Lumiére no Porto. Era um dia especial!!! O filme é uma paródia a vários filmes de Hitchcock, funcionando como uma homenagem sentida. Desda a Casa encantada, Psico, Vertigo-a mulher que viveu duas vezes e os pássaros, os gags resumem-se a estas situações. Por fim aparece um vilão com dentes de aço, uma provável mistura de Jaws de um filme do 007 e de Frenzie, o psicopata assassino. Não o consegui ver até ao fim, agora em DVD. Existirá filmes da vida? Hum...............!!!!!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Alfredo, Alfredo!!!



No cinema Miramar, em Luanda, passou este filme em 70, Alfredo O Grande. Realizador desconhecido, narra as peripécias de Alfredo, putativo rei de Inglaterra por volta dos anos 800, e que travou a entrada dos Vikings. Das cenas de pancadaria e espadas à cintura, ficou uma de um tipo que, perante o quadrado feito de escudos (tipo legião Romana) dava saltos mortais para penetrar neles. Ao terceiro salto ficou empalado. Gostava de o ter em DVD.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O livro é bastante confuso!



Não cheguei a ver o filme, quando ele se estreou em Angola. Tinha 12 anos e, a censura ferrou o filme para maiores de 18. Mas como se ouvia falar do Jivago e da Lara e, por essa altura, surgindo na coleção de livros de bolso - UNIBOLSO - comprei o livro. Epá, que caraças, nem com um livrinho ao lado de apontamentos conseguia saber quem era quem e o que fazia. Grichas, Michas, Jivago, Antipoves e Laras eram bastantes nomes para uma história simples. Quando consegui ver (isto já em 1980), o filme foi uma revelação. A adaptação que Lean fez foi monumental. Em flashbacks vemos um general (aqui o Alec Guiness) a tentar perceber através de uma sobrinha o que tinha acontecido ao seu meio-irmão (Jivago), durante as convulsões dos últimos anos do Czarismos, da Revolução Bolchevique e da guerra civil. Um filme espantoso, com a chancela de um David Lean poderoso. Vale a pena ver várias vezes. Omar Sharif é um portento!!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Uma francesada!!!



Ainda antes da vinda, no Cine Moreno em 1975, passou um filme de Claude Lelouch, Toda uma vida. História da vida de um homem e uma mulher, amores e desamores, por várias gerações. Um grande filme (quase 2 horas e meia) mas um filme banal. Tanto que só retive na memória que, uma boa meia-hora de filme, era a preto e branco.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Shangri-la



Em 1974 chegou às telas um remake (só vim a saber disso já com o Capra em DVD) do Horizonte Perdido de 1937. Filme de 1973, vi-o no Cine Moreno em Carmona, um ano depois. Lembro-me das belas paisagens (Himalaias) e, se a memória não me atraiçoa, a história de um lugar (Shangri-la), onde a eterna juventude existe, e a sociedade utópica fazia a sua caminhada, sem violência, sem egoísmo e sem outros males que enfermam as actuais sociedades. Peter Finch tem um papel de lider do grupo, cujo avião se despenha nessas montanhas, e é o único que quer ficar (será o preço a pagar pela nova civilização). As tensões no grupo avolumam-se, e todos voltam para as encrencas civilizacionais. Bom filme embora, só muitos anos depois a vi, a versão inicial de Capra é muito superior Adaptação do livro de James Hilton.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um ciclo de cinema



A primeira vez que vi um ciclo de cinema (a mesma temática, ou o mesmo herói) foi no já extinto Cinema Lumiére, no Porto, estava eu já na UP, por volta de 1979. Ciclo dedicado a James Bond, o 007 da maralha, e para mal dos mes pecados, já na fase de Roger Moore. Vive e Deixa morrer de 1973, à volta de um vilão traficante de droga, vacinou-me ao ex Santo. Muito cabotino, brejeiro e sem classe, tendo desaguado no inanarrável Aventura espacial. Só alguns anos mais tarde, perante o VHS e depois com o DVD, assisti aos início da saga com, esse sim, agente 007 de nível:Sean Connery

quarta-feira, 8 de junho de 2011

E o Lando Buzzanca?



Era a estrela daquelas comédias italianas, de roteiro simples, títulos chamativos - O Super macho, A minha mulher é um violonsexo - feitas em 70, 71, e que chegaram até nós depois do 25 do quatro. Tinha cara de parvo, fazia papel de parvo, mas as peladas mulheres (e isso é que dava êxito à película) eram soberbas. Acompanhavam-no a Laura Antonnelli, a Rossana Podesta ou a Edwige Fenech, em cenas em que apareciam como vieram ao mundo, e sem a censura, nós viamos com deleite tais películas. Depois, alguns anos já passados, um simples Pato com Laranja, havia de fazer furor na RTP 2, à custa do Padre de Braga!!!! Feitios!!!!!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Já estavamos em 75



Pois, e a violência já existia! Foi no Clube Recreativo do Uíge, um mês antes do regresso, Bomdia Tristeza, um filme de Otto Preminger de 1958, adaptação de um célebre livro de Françoise Sagan. Riviera Francesa, menina mimada, pai viuvo que vai casar com uma mulher conversadora. Coisas da vida. Mas filmes de Otto, de verdade, só quando vi Laura ou Anatomia de um crime!!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Isto é que eram cantorias!!!



Filme de 56, visto ainda em Luanda nas matinés de domingo, o José Jiminez, mais conhecido por Joselito, estrelava-o com uns gorjeios de menino de coro. Histórias simples, canções aparvalhadas mas, para a idade, eram um bom passatempo. Entretanto o melro cresceu, engrossou a voz e fez traficâncias, deixando de ser o herói que era.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cena mil vezes plagiada



Estou-me a referir à última cena: vestidos de branco, metralhados dentro do carro, tudo ao ralenti!!!! Bonnie e Clyde, pois claro. Filme de 67 de Arthur Penn, vi-o em 1973 no Cine Moreno em Carmona, numa noite de violenta chuvada. A história deste assaltantes de bancos no periodo da grave depressão (1930s), com cenas de muita violência e raros momentos hilariantes, ainda perduram fazendo, quando há tempo, com que vá ao DVD busca-las novamente. Apareceu, também, um Gene Hackman poderoso!!! W.Beatty e Faye Dunaway têm papés da vida deles!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Tarzan e as gajas



A primeira vez que vi filmes de Tarzan com a dupla Johnny Weissmuller e Maureen O´Sullivan foi na TV e portanto em 1975, nos Açores. Eram ciclos temáticos, com um tipo orelhudo a fazer uma introdução de meia-hora, a explicar porque razão Tarzan e Jane nunca podiam ter um filho biológico. O primeiro filme, Tarzan dos macacos, tem um guião simples: a procura do cemitério dos elefantes. Devia lá estar marfim em paletes!!!. O encontro do nadador medalhado e de Jane ficou célebre: mi Tarzan, tu Jane!.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

LORD JIM



Este filme de 1965 de Richard Brooks, tem um Peter O´Toole memorável. Um homem que se alista na marinha mercante inglesa, navio com o nome, se não me falha a memória, de PATNA e,depois de um acidente em alto mar quando levava peregrinos muçulmanos, eles são deixados à morte, com um Peter O´Toole fugindo. Esta desonra leva-o a deixar a marinha, sendo depois redimido numa povoação PATUSAN, ajudando-os a enfrentar um escroque. Os indigenas dão-lhe o nome de LORD. Este filme, com paisagens lindas, actos de heroísmo e redenção, ficou na memória pelo excelente trabalho de Peter O´Toole. Ainda hoje vejo-o extasiado. A primeira vez que entrei em contacto com a película foi, se não me atraiçoa a memória, em 1973, no Club Recreativo do Uige, em Carmona

Os filmes da minha vida

Ao contrário desse grande João Bénard da Costa (saudoso Director da Cinemateca Nacional e autor de vários livros -com títulos dos filmes da vida) eu, modesto assistente abancado de cinema, não acho que haja filmes da vida. Em determinado momento há um ou outro filme que nos encanta, ou pela temática, ou pelas imagens ou pela actuação magistral de um elemento do elenco, ou pela realização soberba. Ao revermos o filme vários anos depois, muita daquilo que nos importonou, que ficou gravado, já não nos diz nada. Lembramo-nos da temática, do actor que até ganhou um Óscar, de uma ou outra cena e mais nada. Por exemplo, lembro-me do filme Lawrence da Arábia, um épico de David Lean,da soberba e magistral actuação de Peter O´Toole, mas hoje já não o consigo ver até ao fim. Foi durante muito tempo um filme de gratas recordações (vi-o em Ponta Delgada em Panavision), mas que perdeu todo o encanto (provávelmente por saber que os Ingleses foram uns valentes sacanas e esta porra do Médio Oriente ter mão desses estroinas e dos inqualificáveis Franceses). Portanto, há filmes que se vêm com encantamento e que o vão perdento ao sabor dos anos que passam. Mas, atenção, há filmes que ficam na memória por, penso eu, terem no momento sido associados a boas coisas que fazemos.Lembram-se do Lord Jim? Falarei dele!!

Mario Moreno



Quem não se lembra de Cantinflas? A verborreia improvisada, as frases novas e inventadas e as situações caricatas? Comicidade suave, situações que podiam ocorrer na vida real, e um pobretanas a dar lições a endinheirados estúpidos, eis os filmes da nossa adolescência, tanto no Cine Restauração em Luanda, como no Cine Moreno em Carmona. O mágico, os 3 mosqueteiros e o Porteiro, este de 1950, são alguns exemplos de películas com Mário Moreno, o mexicano, transformado em Cantinflas que ajudou a clarificar algumas situações de vida. Ainda por cima a moral da história era sempre a mesma: ser f.da.p. não compensa. Hoje, longe vão os tempos de 70, quanto mais fdp e burro mais longe se chega!!!!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Depois do PREC



Andava o Eanes em cima de carros armado em Bandarilheiro e, isto em plena luz da noite, se estreava um filme intenso, com cenas de sexo explícito (um bico, um ovo num sítio pouco recomendável e apertões no pescoço até à morte), filme japonês de Nagisa Oshima (só agora é que sei o realizador, pois com 17 anos não era coisa que importasse muito), visto nas Capelas, na ilha de S.Miguel, enquanto fazia o Serviço cívico, a coisa que inventaram para a malta não entrar muito cedo na Faculdade. A história é verídica: uma ex-prostituta envolve-se num amor obsessivo com o patrão que a tinha contratado para a sua casa. O filme tem qualidade e é sufocante. Na altura foi a primeira vez que vi cenas explícitas de sexo. Não liguei muito à história, mas as imagens cruas ficaram, como tambem a satisfação do pessoal que, embora não ligando à parte do dramalhão que se desenrolava aos nossos olhos, ficou extasiado com os almoços dos dois amantes!!!!!

A Romy



O filme, A Piscina de 1969, francês e portanto na nossa linguagem da altura (1972) pouco recomendável, mas mesmo com a censura tinha a belíssima Romy Schneider. Foi uma agradável surpresa. Com ritmo, uma história de um triângulo amoroso (ela, o Delon e o ex dela) um assassinato na piscina da casa de férias muito in, e cenas de sado implícitas mas que o lapis azul cortou. Em Carmona, no Cine Moreno.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Comédias italianas



Quando o lapís censorial foi de vela, começaram a aparecer umas comédias italianas que, para além de umas situações caricatas, apostavam em mulheres das boas e com tudo à mostra. Uma das populares actrizes era a Edwige Fenech que estrelou várias destas películas. Em A Mestra de 1975 e vista em 1977, naquelas sextas à noite nas Capelas (S.Miguel), num cinema com cadeiras de pau e uma tela esquinada, ela era uma professora privada a dar aulas a um tipo meio apalermoide, mas que, perante tais atibutos físicos, queria aulas mais práticas. Quem realizou o filme? E isso interessava? Que a matrona tinha um bom par de coisos, isso sim, e que agora já não havia censura, pois tá claro. Essa coisa de realizadores e filmes da minha vida só entra na 4 década de existência. Talvez depois de ler "Os filmes da minha vida" do grande Director da Cinemateca Nacional: J.B.C.

Um Spaghetti à maneira



O fenómeno Trinitá começou em 1972, com a chegada do 1º de dois filmes da dupla Terence Hill e Bud Spencer. Um western amalucado com gajos sujos a comer feijoadas em toda a fita, raparigas bonitas e socos e duelos apalermados. Uma comédia vista pela primeira vez em Carmona, no Club Recreativo do Uíge e com várias idas, pois o divertimento era assegurado. A cena inicial, o herói a ser levado deitado num estrado pelo cavalo, enquando dormia, foi antológica. Um Xerife pouco dado a leis, ele próprio fora dela, davam um ar de novidade a este filme. No fim todos os maus seriam presos ou mortos.

domingo, 29 de maio de 2011

Franco Franchi e Ciccio Ingrassia


Dois idiotas que faziam sátiras a filmes de grandes realizadores. O último que vi, ainda em Carmona e no Cine Moreno, foi Satiricosíssimo, sátira do filme de Fellini, este de 1970 e onde aparecia uma tal Edwige Fenetch, que depois aparecia em comédias picantes italianas. A maior parte dos filmes da dupla, assentava em parvoíces e esgares feitos por Ciccio Ingrassia e que, na altura , pareciam as coisas mais cómicas já vistas. A história era sempre a do filme original mas levada aos cumes da pilhéria.
Belos e gloriosos tempos!!!!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Logo após o 25 do quatro!!



Em plena bebedeira de costumes, iniciaram-se as projecções de filmes com os moçoilas com tudo ao léu. O primeiro filme que apareceu no Cine Moreno, em Carmona, foi Malícia de 1973 de Salvatore Samperi com uma belíssima Laura Antonelli. História simples: viúvo com 3 filhos arranja uma criada boa como o milho, e todos concorrem a disputa-la. No fim casa, não com o cavalo, mas com o mais velho deles todos. A novidade era não haver lapís de censura e, todos os bons atributos de Laura, mamas e zona discutida pelo Catroga em programas televisivos, eram vistos. Depois dele foram vários os filmes, principalmente italianos, que trouxeram mastronças boas com histórias brejeiras. Ainda não tinha chegado o Hardcore.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Afinal, e os grandes realizadores?



No meu tempo, não havia TV. Só a vi pela primeira vez, em 1975 nos Açores. Não tínhamos em Angola, e por isso nunca tive contacto com aqueles ciclos de cinema com os realizadores tipo Ford, Huston, Capra, Lubitsh etc. Portanto, a maior parte dos filmes que vi em terras de África eram westerns spaghetti, ou filmes de acção toca e foge do costume. Mesmo assim há meia dúzia de películas que se podem recordar.

Achei melhor que o 2001



Escaldado com a ficção científica do Kubrick, fui ver este O Homem que veio do Futuro (O Planeta dos Macacos) com Charlton Heston, realizado pelo F. Schaffner, no cinema Restauração em Luanda. Filme de 1968, passou em 70 e lembro-me da última imagem, quando o homem da fita descobre finalmente o planeta onde tinha se despenhado, agora nas mãos de macacos humanizados (no saber e na filha da putice). A versão nova de Tim Burton é melhor, mas a cena final é de antologia: o que resta da Estátua da Liberdade enterrada nas dunas da praia. Só muitos anos depois, com um filme de R.Scott voltamos à boa F.C.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um assombroso Anthony Quinn



Quando vi este filme de 1969, em 1972 no Club Recreativo do Uige em Carmona e com o meu pai, O Segredo de Santa Vittoria de Stanley Kramer, fique fascinado com o papel de Anthony Quinn, o bêbado de uma pequena cidade italiana, que após a queda de Mussolini, passa a presidente da Câmara, e tenta salvar a produção vinícola da cidade. Um papel que possívelmente, tirando Zorba, nunca mais teve. Um dos poucos filmes que o meu pai adorou.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Cóboiadas



Quando vi O Ouro de Mackenna com Gregory Peck e Omar Sharif, filme de 1969 de J.Lee Thompson, fiquei com o olho arregalado. Filme com paisagens magníficas e história habitual (maus e bons, ganham os bons e não há índios), terramotos e lapís azul da censura que corta a cena das mamas da índia a nadar numa lagoa. No Recreativo do Uíge, onde o filme passou, não se fez jus à panavision. Foi dos poucos westerns que, para além do Da terra nascem os homens de Willian Wyler, e o Comboio apitou 3 vezes do Fred Zinneman, agradaram e depois com a descoberta de Shane de Stevens e de alguns do Ford (que não metem índios à bruta). Eram coboiadas de se tirar o chapéu.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O que vem à memória!!



Ás vezes só nos lembramos de coisas boas, mas um filme que não percebemos patavina, fica encravado nos recantos do craneo. Vem isto a propósito de um filme de 1966, de Ingmar Bergman, Personna (A Máscara). Quando o vi, em 73 com 14 anos, foi uma extensa desilusão: filme a preto e branco, num cinema que era um pavilhão desportivo, com cadeiras desconfortáveis e gajos altos à nossa frente (Clube Recreativo de Uíge em Carmona), não podendo quase ler as legendas, filme esse incompreensível sobre uma actriz que emudece e uma enfermeira vai tentar que ela volte a falar. Parece que é o filme da vida de alguns. Voltei a ela agora em DVD. As primeiras imagens voltaram a trazer um laivo de perplexidade. Há filmes do caraças, sendo o caraças um gajo fatela!!!!

Matinés



Mas o que se via na altura, com assistência em polvorosa, eram os westerns spaghetti, com Giulliano Gemma ou Montgomery Wood, tipo Uma Pistola para Ringo, Sartana Chega e Mata e outos títulos, todos com histórias semelhantes (os maus a dar pancada no início do filme e o bom, o homem certeiro, a vingar todos os horrores e acabar enlaçado à garina). Quer no cinema Restauração em Luanda, quer no Cine Moreno em Carmona, estas matinés, sempre cheias de pessoal eram tardes bem passadas.



Um filme, uma seca na altura



1970. Dez anos às costas, 4ª classe feita, exames de admissão ao Ciclo preparatório dos liceus realizados, cinema Tivoli, Bairro da Samba em Luanda. Valsas, macacos e objecto rectangular negro (chama-se monólito) a aparecer várias vezes, viagem para Júpiter e HAL o supercomputador que falava e era chato como a potassa. Mais de 2 horas de filme, com efeitos especiais que na altura eram assombrosos. Filme de difícil interpretação e a sensação de ao sair não ter percebido patavina do mesmo. Só 30 anos depois com o DVD, se vê com a calma necessária.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Lembrei-me disto!!


Ao passar hoje pela FNAC, no escaparate estava uma edição do filme ULISSES com Kirk Douglas. Vi este peplum italiano de 1954, em Carmona (UIGE) tinha 13 anos e estava no 3º ano do Liceu, hoje 7º. O bilhete foi pago pelo professor de História, também Reitor do Liceu, por ter sido a melhor nota de um teste, e ter sabido o que era a Talassocracia Cretense. O filme narra as aventuras de ULISSES após o fim da Guerra de Troia e o seu regresso para Ítaca onde Penélope, a esposa, o aguarda. Anthony Quinn dava ar de sua graça. Belos tempos