terça-feira, 28 de junho de 2011

Errol Flynn



Não era um actor do "cimo do monte", mas os filmes em que participou (quase todos) eram de acção, pancadaria e final feliz. A primeira vez que vi um filme com ele, num dedicado ciclo no Cineclube da RTP2 com o António-Pedro Vasconcelos a apresentar, foi em 80 e picos. Em quatro sábados vi o Capitão Blood, O Gavião dos Mares, Robin Hood e Todos morreram calçados. Quatro semanas de aventuras, com um introito explicativo do cineasta. Depois, já nos idos de 90 e tais fui procurar as fitas dele em DVD. Não tinha os apelativos de grande actor. Os filmes, contudo, dão para passar umas boas horas de boa disposição.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

listas e mais listas



Sempre que se faz listas para filmes do ano, da década ou de todos os tempos, em relação a esta última, aparece sempre e invariavelmente no topo, o filme de Orson Welles, O mundo a seus pés. Inovador, bradam uns, coisa dos diabos exclamam outos, enaltecido por Borges, sugerem uns poucos. Bem, a história de um cabrão magnata rico, burgesso dos sete costados, idiota chapado, não tem nada de inovador. O mundo está cheio deles!!! Que o filme tem um começo auspicioso - a morte do artista com a palavra entre dentes "Rosebud" e, em flashback, conta-se a história deste magnata da Imprensa, verdadeiro artista idiota com montes de massa - sim é verdade, mas que isso signifique que estamos perante um filme do camandro, isso já é outra história. Borges sublinha que, pela primeira vez, num filme põe-se em evidência o descalabro entre o que se faz e o que se sente e que as vivências boas da infância poderão ser a única coisa que resta, aos cabrões que, andando a estragar a vida a meio mundo para terem fortuna, se lembram delas nos momentos finais da vida (Rosebud, vemos no fim, é a palavra que está escrita no trenó de madeira que vai para a fogueira). O filme tem fibra, movimento e intriga. Faz uma caricatura quase universal deste tipo de pessoas, mas não parece ser o filme do topo do mundo. Sensibilidades!!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Os bons contra os maus



Este filme de 53 de George Stevens, só o vi em televisão depois de 75, embora tenha referências dele quando passou no cinema. A primeira cena, muito bucólica diga-se já, ficou-me na memória. O veado, o puto e a paisagem. Depois um Alan Ladd que destoa. A luta dos colonos contra uns rancheiros filhos daquela senhora, e um Jack Palance num papel que lhe assenta muito bem. Ganham os justos, tal com em sonhos, e o pistoleiro parte, já que era a sua sina!! É um filme de espaços, calmaria e tinha uma coisa pouco vista nos westerns: as balas só são seis e acabam, tem de se voltar a recarregar o colt. Nos spaghettis os gajos passam o tempo a disparar como se tivessem uma AK7 nas mãos. Bom filme.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Caçador de Pémios!!!



Depois de ler o Caçador de prémios, vestuta aventura de Lucky Luke, desenhado por Morris, lembrei-me do Lee van Cleef, que é caricaturado nesta aventura. Fez vários westerns spaghetti, género Sabata ou Sartana, já não me lembro, sempre com papéis de vilão, mas lembro-me da sua actuação no filme de Leone, O Bom, O Mau e o Vilão. Fez uma aparição no espectacular filme de Ford - O Homem que matou Liberty Valance, mas este só o vi em DVD. Já não pertence à galeria dos vivos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Passou ao lado.......



Quando o vi em Carmona, estávamos em 1975, foi uma das mais gratificantes experiências. Ficção ciêntífica do melhor. Um filme de Richard Fleisher, À beira do fim (Soylent Green), narra as peripécias de um detective (Charlton Heston) nas averiguações de um crime, no distante ano de 2022, numa N:Y: sobrepovoada e corrupta. Vivia-se uma catástrofe ecológica , e a solução revelada para a enfrentar é arrepiante. Revi o filme várias vezes e, juntamente com o de Ridley Scott, permanecem como expoentes máximos da F.C..

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Há filmes que depois.........



É isso, vamos ver em determinadas condições, e depois já não se consegue voltar a ver. Isso a propósito do filme Alta Ansiedade de Mel Brooks, filme de 1977, homenagem a Hitchcock. Gostei quando o vi, no já extinto Lumiére no Porto. Era um dia especial!!! O filme é uma paródia a vários filmes de Hitchcock, funcionando como uma homenagem sentida. Desda a Casa encantada, Psico, Vertigo-a mulher que viveu duas vezes e os pássaros, os gags resumem-se a estas situações. Por fim aparece um vilão com dentes de aço, uma provável mistura de Jaws de um filme do 007 e de Frenzie, o psicopata assassino. Não o consegui ver até ao fim, agora em DVD. Existirá filmes da vida? Hum...............!!!!!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Alfredo, Alfredo!!!



No cinema Miramar, em Luanda, passou este filme em 70, Alfredo O Grande. Realizador desconhecido, narra as peripécias de Alfredo, putativo rei de Inglaterra por volta dos anos 800, e que travou a entrada dos Vikings. Das cenas de pancadaria e espadas à cintura, ficou uma de um tipo que, perante o quadrado feito de escudos (tipo legião Romana) dava saltos mortais para penetrar neles. Ao terceiro salto ficou empalado. Gostava de o ter em DVD.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O livro é bastante confuso!



Não cheguei a ver o filme, quando ele se estreou em Angola. Tinha 12 anos e, a censura ferrou o filme para maiores de 18. Mas como se ouvia falar do Jivago e da Lara e, por essa altura, surgindo na coleção de livros de bolso - UNIBOLSO - comprei o livro. Epá, que caraças, nem com um livrinho ao lado de apontamentos conseguia saber quem era quem e o que fazia. Grichas, Michas, Jivago, Antipoves e Laras eram bastantes nomes para uma história simples. Quando consegui ver (isto já em 1980), o filme foi uma revelação. A adaptação que Lean fez foi monumental. Em flashbacks vemos um general (aqui o Alec Guiness) a tentar perceber através de uma sobrinha o que tinha acontecido ao seu meio-irmão (Jivago), durante as convulsões dos últimos anos do Czarismos, da Revolução Bolchevique e da guerra civil. Um filme espantoso, com a chancela de um David Lean poderoso. Vale a pena ver várias vezes. Omar Sharif é um portento!!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Uma francesada!!!



Ainda antes da vinda, no Cine Moreno em 1975, passou um filme de Claude Lelouch, Toda uma vida. História da vida de um homem e uma mulher, amores e desamores, por várias gerações. Um grande filme (quase 2 horas e meia) mas um filme banal. Tanto que só retive na memória que, uma boa meia-hora de filme, era a preto e branco.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Shangri-la



Em 1974 chegou às telas um remake (só vim a saber disso já com o Capra em DVD) do Horizonte Perdido de 1937. Filme de 1973, vi-o no Cine Moreno em Carmona, um ano depois. Lembro-me das belas paisagens (Himalaias) e, se a memória não me atraiçoa, a história de um lugar (Shangri-la), onde a eterna juventude existe, e a sociedade utópica fazia a sua caminhada, sem violência, sem egoísmo e sem outros males que enfermam as actuais sociedades. Peter Finch tem um papel de lider do grupo, cujo avião se despenha nessas montanhas, e é o único que quer ficar (será o preço a pagar pela nova civilização). As tensões no grupo avolumam-se, e todos voltam para as encrencas civilizacionais. Bom filme embora, só muitos anos depois a vi, a versão inicial de Capra é muito superior Adaptação do livro de James Hilton.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um ciclo de cinema



A primeira vez que vi um ciclo de cinema (a mesma temática, ou o mesmo herói) foi no já extinto Cinema Lumiére, no Porto, estava eu já na UP, por volta de 1979. Ciclo dedicado a James Bond, o 007 da maralha, e para mal dos mes pecados, já na fase de Roger Moore. Vive e Deixa morrer de 1973, à volta de um vilão traficante de droga, vacinou-me ao ex Santo. Muito cabotino, brejeiro e sem classe, tendo desaguado no inanarrável Aventura espacial. Só alguns anos mais tarde, perante o VHS e depois com o DVD, assisti aos início da saga com, esse sim, agente 007 de nível:Sean Connery

quarta-feira, 8 de junho de 2011

E o Lando Buzzanca?



Era a estrela daquelas comédias italianas, de roteiro simples, títulos chamativos - O Super macho, A minha mulher é um violonsexo - feitas em 70, 71, e que chegaram até nós depois do 25 do quatro. Tinha cara de parvo, fazia papel de parvo, mas as peladas mulheres (e isso é que dava êxito à película) eram soberbas. Acompanhavam-no a Laura Antonnelli, a Rossana Podesta ou a Edwige Fenech, em cenas em que apareciam como vieram ao mundo, e sem a censura, nós viamos com deleite tais películas. Depois, alguns anos já passados, um simples Pato com Laranja, havia de fazer furor na RTP 2, à custa do Padre de Braga!!!! Feitios!!!!!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Já estavamos em 75



Pois, e a violência já existia! Foi no Clube Recreativo do Uíge, um mês antes do regresso, Bomdia Tristeza, um filme de Otto Preminger de 1958, adaptação de um célebre livro de Françoise Sagan. Riviera Francesa, menina mimada, pai viuvo que vai casar com uma mulher conversadora. Coisas da vida. Mas filmes de Otto, de verdade, só quando vi Laura ou Anatomia de um crime!!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Isto é que eram cantorias!!!



Filme de 56, visto ainda em Luanda nas matinés de domingo, o José Jiminez, mais conhecido por Joselito, estrelava-o com uns gorjeios de menino de coro. Histórias simples, canções aparvalhadas mas, para a idade, eram um bom passatempo. Entretanto o melro cresceu, engrossou a voz e fez traficâncias, deixando de ser o herói que era.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cena mil vezes plagiada



Estou-me a referir à última cena: vestidos de branco, metralhados dentro do carro, tudo ao ralenti!!!! Bonnie e Clyde, pois claro. Filme de 67 de Arthur Penn, vi-o em 1973 no Cine Moreno em Carmona, numa noite de violenta chuvada. A história deste assaltantes de bancos no periodo da grave depressão (1930s), com cenas de muita violência e raros momentos hilariantes, ainda perduram fazendo, quando há tempo, com que vá ao DVD busca-las novamente. Apareceu, também, um Gene Hackman poderoso!!! W.Beatty e Faye Dunaway têm papés da vida deles!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Tarzan e as gajas



A primeira vez que vi filmes de Tarzan com a dupla Johnny Weissmuller e Maureen O´Sullivan foi na TV e portanto em 1975, nos Açores. Eram ciclos temáticos, com um tipo orelhudo a fazer uma introdução de meia-hora, a explicar porque razão Tarzan e Jane nunca podiam ter um filho biológico. O primeiro filme, Tarzan dos macacos, tem um guião simples: a procura do cemitério dos elefantes. Devia lá estar marfim em paletes!!!. O encontro do nadador medalhado e de Jane ficou célebre: mi Tarzan, tu Jane!.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

LORD JIM



Este filme de 1965 de Richard Brooks, tem um Peter O´Toole memorável. Um homem que se alista na marinha mercante inglesa, navio com o nome, se não me falha a memória, de PATNA e,depois de um acidente em alto mar quando levava peregrinos muçulmanos, eles são deixados à morte, com um Peter O´Toole fugindo. Esta desonra leva-o a deixar a marinha, sendo depois redimido numa povoação PATUSAN, ajudando-os a enfrentar um escroque. Os indigenas dão-lhe o nome de LORD. Este filme, com paisagens lindas, actos de heroísmo e redenção, ficou na memória pelo excelente trabalho de Peter O´Toole. Ainda hoje vejo-o extasiado. A primeira vez que entrei em contacto com a película foi, se não me atraiçoa a memória, em 1973, no Club Recreativo do Uige, em Carmona

Os filmes da minha vida

Ao contrário desse grande João Bénard da Costa (saudoso Director da Cinemateca Nacional e autor de vários livros -com títulos dos filmes da vida) eu, modesto assistente abancado de cinema, não acho que haja filmes da vida. Em determinado momento há um ou outro filme que nos encanta, ou pela temática, ou pelas imagens ou pela actuação magistral de um elemento do elenco, ou pela realização soberba. Ao revermos o filme vários anos depois, muita daquilo que nos importonou, que ficou gravado, já não nos diz nada. Lembramo-nos da temática, do actor que até ganhou um Óscar, de uma ou outra cena e mais nada. Por exemplo, lembro-me do filme Lawrence da Arábia, um épico de David Lean,da soberba e magistral actuação de Peter O´Toole, mas hoje já não o consigo ver até ao fim. Foi durante muito tempo um filme de gratas recordações (vi-o em Ponta Delgada em Panavision), mas que perdeu todo o encanto (provávelmente por saber que os Ingleses foram uns valentes sacanas e esta porra do Médio Oriente ter mão desses estroinas e dos inqualificáveis Franceses). Portanto, há filmes que se vêm com encantamento e que o vão perdento ao sabor dos anos que passam. Mas, atenção, há filmes que ficam na memória por, penso eu, terem no momento sido associados a boas coisas que fazemos.Lembram-se do Lord Jim? Falarei dele!!

Mario Moreno



Quem não se lembra de Cantinflas? A verborreia improvisada, as frases novas e inventadas e as situações caricatas? Comicidade suave, situações que podiam ocorrer na vida real, e um pobretanas a dar lições a endinheirados estúpidos, eis os filmes da nossa adolescência, tanto no Cine Restauração em Luanda, como no Cine Moreno em Carmona. O mágico, os 3 mosqueteiros e o Porteiro, este de 1950, são alguns exemplos de películas com Mário Moreno, o mexicano, transformado em Cantinflas que ajudou a clarificar algumas situações de vida. Ainda por cima a moral da história era sempre a mesma: ser f.da.p. não compensa. Hoje, longe vão os tempos de 70, quanto mais fdp e burro mais longe se chega!!!!