segunda-feira, 27 de junho de 2011

listas e mais listas



Sempre que se faz listas para filmes do ano, da década ou de todos os tempos, em relação a esta última, aparece sempre e invariavelmente no topo, o filme de Orson Welles, O mundo a seus pés. Inovador, bradam uns, coisa dos diabos exclamam outos, enaltecido por Borges, sugerem uns poucos. Bem, a história de um cabrão magnata rico, burgesso dos sete costados, idiota chapado, não tem nada de inovador. O mundo está cheio deles!!! Que o filme tem um começo auspicioso - a morte do artista com a palavra entre dentes "Rosebud" e, em flashback, conta-se a história deste magnata da Imprensa, verdadeiro artista idiota com montes de massa - sim é verdade, mas que isso signifique que estamos perante um filme do camandro, isso já é outra história. Borges sublinha que, pela primeira vez, num filme põe-se em evidência o descalabro entre o que se faz e o que se sente e que as vivências boas da infância poderão ser a única coisa que resta, aos cabrões que, andando a estragar a vida a meio mundo para terem fortuna, se lembram delas nos momentos finais da vida (Rosebud, vemos no fim, é a palavra que está escrita no trenó de madeira que vai para a fogueira). O filme tem fibra, movimento e intriga. Faz uma caricatura quase universal deste tipo de pessoas, mas não parece ser o filme do topo do mundo. Sensibilidades!!!

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